Nada é o estado total e absoluto da premeditação. Não acredito em nada permanente e se existe o espaço vazio em algum lugar em tempo e dimensão, então esse está em momento de conceber. O nada é provido do poder de gerar algo novo, de criação original, da idéia exprimida em seu embrião totalmente lúcido e sem interferências de julgamentos. É o dono das probabilidades.
Se existe dor em não ser algo definido ou construído, ou ainda quem sabe constituído, talvez exista dor maior em ser e ter que desmoronar. A gravidade da visão reveladora de que na verdade nada existe e nesse momento tudo perde o valor. Valor julgado por ilusão. E não falo em ilusão de delírios infames ou de paixões inexistentes, falo do delírio racional de crer na idéia concisa de que somos e estamos. Mentira!!! Nos formamos do que acreditamos ser, e nossa matéria toma forma da luz que sai da retina, enxergamos apenas o que queremos ver.
Vendo a folha de papel ainda em branco, a minutos me apavorei pelo tempo que se vai, pela estática dos dedos... tenho espaço o suficiente nesse momento. Sou privilegiada por reter as imagens e reformular, aceito meu nada e consolido minha gestação.