terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Telhado.



            Meu mundo é minúsculo.Nunca gostei de grandes espaços, perdesse coisas, acumulando tudo que é desnecessário. O metro quadrado ocupado pesa mais do que o esperado e normalmente já nem lembramos direito o que temos guardado ali.
           Preciso de ar, consigo deixar tudo passar, nada fica. Não tenho vontade de aglomerar, sinceramente não sinto necessidade nem de falar. Tenho me mantido quieta. Surpreendendo a mim mesma, tenho me mantido quieta. Sinto o impulso mas ele perde o sentido no mesmo momento.
           Pela probabilidade da justificativa, já imagino claramente a total falta de culpa, não tentando buscar o interesse necessário pela consideração existente ou que nem é tão existente assim!!! e por hora obrigatóriamente deveria de ter dentro de mim , de mim para ti.Gostaria de deixar claro que esse ti não é bem quem você pensa que é, na verdade são vários "tis"!!! Mania que os "tis" tem de querer ganhar espaço na vida da gente, exigem respeito, aguardam reparação, necessitam de atenção e acreditam firmemente que depois de laços feitos a dívida está adquirida. A evolução dos seres humanos depende do total desapego de "tis".
           Consideração atrapalha, palavra cansativa que se tivesse que retratar como um objeto qualquer, certamente pensaria em um móvel antigo, pesado no canto da sala. Todos passam, veem que está ali, desviam, ao mesmo tempo sabem que não tem utilidade nenhuma, e também não tiram dali. Até porque o trabalho de mexer naquela "tralha gigante" é tão desgastante que é preferível deixar como está.Assim não se levanta o pó.
           Meu mundo é minúsculo porque o tudo passa por mim, sem a consideração empregada; de sensações devidamente estabelecidas, com horário de acontecer e previamente imposto de responsabilidade por nada. Não faço questões das bússolas para te achar dentro de mim, porque continuas ali.Esse mundo me basta porque meu egoísmo é saudável, não é hora de abrir as portas e nem mesmo as janelas.Fecho os olhos e cerro os ouvidos.
Apenas tuas palavras me bastam, e que sejam poucas mas de grande efeito.
        Deixei para trás os móveis que me atravancavam o caminho e trouxe comigo apenas uma bicicleta.


Para sempre andar de bicicleta e tomar sorvete no final da tarde.Felicidade.

Um comentário:

  1. adorei...queria só ter quatro rodas novas para viajar sem rumo e conquistar outros amores.

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